Não é só a Nestlé: gigantes dos ultraprocessados enfrentam o colapso

Publicado por: FeedNews
31/10/2025 20:00:00
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O império dos ultraprocessados em xeque: queda nas vendas e mudanças nos hábitos alimentares forçam gigantes como Nestlé e Kraft Heinz a reestruturar suas operações globais.
O império dos ultraprocessados em xeque: queda nas vendas e mudanças nos hábitos alimentares forçam gigantes como Nestlé e Kraft Heinz a reestruturar suas operações globais.

Consumidores migram para opções naturais, e o modelo industrial das grandes marcas começa a ruir diante da nova consciência alimentar.

 

O império dos alimentos ultraprocessados está cambaleando. A Nestlé — símbolo máximo da indústria global de alimentos industrializados — anunciou que pretende dispensar 16 mil funcionários em todo o mundo nos próximos dois anos.

 

O comunicado veio acompanhado dos resultados do terceiro trimestre, que mostram queda de 1,9% nas vendas, para 71 bilhões de euros.

 

“O mundo evolui e a Nestlé tem de se adaptar mais rapidamente”, afirmou Philip Navratil, presidente austro-suíço da multinacional, que assumiu o comando em setembro. A frase soa como uma admissão pública de que o modelo que dominou o planeta nas últimas décadas começa a dar sinais de exaustão.

 

Com mais de duas mil marcas no portfólio — entre elas Nescafé, Maggi e KitKat — a empresa passa por um período turbulento. Setembro foi marcado por trocas no alto escalão: saíram o diretor-geral Laurent Freixe e o ex-presidente Paul Bulcke, em meio à maior reestruturação de pessoal desde 2008.

 

Mas a Nestlé está longe de ser um caso isolado. A “evolução dos hábitos de consumo” ameaça o coração das Big Food, as megacorporações que moldaram o padrão alimentar global.

 

Segundo o portal Axios, o avanço dos medicamentos para perda de peso — especialmente os à base de GLP-1, como Ozempic e Wegovy — já está reduzindo a procura por produtos ultracalóricos e industrializados. Ao mesmo tempo, cresce a busca por alimentos frescos, locais e sem aditivos.

 

A Kraft Heinz é outro exemplo do terremoto em curso. No mês passado, a empresa anunciou sua divisão em duas companhias independentes: uma dedicada a condimentos e alimentos de conveniência (como ketchup Heinz e queijo Philadelphia) e outra voltada a itens básicos (Oscar Mayer, Kraft Singles e Lunchables).

 

Essas decisões refletem o abandono gradual dos processados e a pressão combinada de três fatores:

  • Mudança de comportamento dos consumidores;

  • Revolução dos fármacos contra obesidade;

  • Custos crescentes de insumos e commodities — como o cacau, que atinge recordes históricos.

O que está em jogo é o futuro de um modelo alimentar baseado em escala, açúcar e conveniência.
E, pela primeira vez, os gigantes parecem não ter o apetite do público ao seu lado.

 

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No próximo artigo: “O império dos ultraprocessados: como as novas gerações estão mudando o cardápio do planeta.”

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